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Antigo Combatente

BII 17

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Fotografias de Sempre

Fotos das Nossas Terras

Fotos das Novas Glórias

Fotos das Velhas Glórias

Fotos dos Grupos 4740

Fotos dos Grupos Espec.

Funeral Armas

História da CCAÇ 4740

Mobilização

Corpo Militar

Cronologia

Datas Historiadas

3 de Novembro de 1972

23 de Dezembro de 1972-1

23 de Dezembro de 1972-2

11 de Julho de 1973

1 de Janeiro de 1974

6 de Janeiro de 1974

Nós Antes e Depois

Os Nossos Aniversários

Se Bem Me Lembro

Solidariedade

 

 

 

 

 

 

 

 

HISTÓRIA DA CCAÇ 4740


   

 

 

 
     

ESTANDARTE

Este é o estandarte da Companhia de Caçadores 4740, trata-se do original que nos acompanhou durante toda a missão, encontra-se depositado no Museu Militar dos Açores existente no Forte de S. Braz, Ponta Delgada, S. Miguel, Açores.


MOBILIZAÇÃO

A Companhia de Caçadores 4740 foi constituída e destinada a render no CTI da Guiné uma Subunidade a determinar, conforme Nota-Circular nº 4680/D/E do QG/CTIG/4ªREP.

 A organização foi feita pelo BII17 no período de 13 Março a 13 de Maio de 1972.

Foi composta com militares oriundos das diversas ilhas do Arquipélago dos Açores sendo apenas os quadros e serviços com origem em Unidades Metropolitanas.

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CORPO MILITAR

O corpo militar à data da partida, cuja lista pode ser consultada no quadro seguinte, foi composta por:

5 Oficiais, sendo um Capitão e 4 Alferes.

12 Sargentos dos quais um 1ª Sargento, um 2º Sargento que veio a ser promovido a 1º Sargento durante a campanha e 10 Furriéis.

143 Praças divididas em 41 Cabos 102 Soldado.

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COMPOSIÇÃO DO CORPO MILITAR

● Marcharam com a companhia para a Guiné

○ Integraram a Companhia em data posterior                                   

OFICIAIS

Posto

Especificações

Númeru
Mecanográfico
Nome

 Capitão Mil. Inf.

Comandante

07465568  João Gaspar Dias Da Silva
 Alferes  Mil. Inf. Infantaria 01876771 Luís Fernando Mourato de Oliveira
 Alferes  Mil. Comando 03390070 António João Rodrigues Lopes
 Alferes  Mil. Inf. Infantaria 06169168 José Albino da Silva Ribeiro
  “   “  “   ““   “  “  “  “   " 06350465 João Eduardo Alemão Mafra
  “   “  “   ““   “  “  “  “   " 08135871 José João Lourenço Salvado de Almeida
  “   “  “   ““   “  “  “  “   " 10040268 António Adolfo Moreira da Silva Zêzere
  “   “  “   ““   “  “  “  “   " 16951673

António Octávio da Silva Neto

  “   “  “   “     “  “  “  “   " 18029168 Mário José Correia Salsinha
  “   “  “   “     “  “  “  “   " 10099972 Alberto Matos Silva

SARGENTOS

Posto

Especificações

Númeru Mecanográfico Nome
 1º Sargento Administração Militar 50677811 José Francisco Pacheco Xavier dos Reis
 2º Sargento S. Transportes 39065757 Amílcar dos Santos Diegues
 Furriel Mil. Sapador Minas e Armadilhas  01516771 José Joaquim Mateus Gomes
 ““   “  “   ““

 Infantaria

01675072 António José Nunes Farinha
 Furriel Mil.   S. Transmissões Militares 02073071   Mário José Soromenho Marques
 Furriel Mil. Infantaria 03156271 Alberto Fernando do Carmo Neto
 “   “  “   ““ 

 “  “  “   "

03420271     José Carvalho dos Santos
 “   “  “   ““ 

 “  “  “   "

04314973 Agostinho Alfredo Fernandes Trindade
 “   “  “   ““ S. Material, Mec. Auto 06996571 Mário Fernando Lima de Oliveira
 “   “  “   ““  Alimentação Vaguemestre 08158171 Filipe Rato da Graça
 “   “  “   ““   Infantaria  09689271 Eduardo Rui Ferraz
 “   “  “   ““

 “  “  “   "

10315271 Manuel Pereira Guilherme
 “   “  “   ““

 “  “  “   "

14045171 José Albino Rodrigues da Costa
 “   “  “   ““

 “  “  “   "

15894671 José Alberto Ribeiro
 “   “  “   ““

 “  “  “   "

16603771 José Joaquim Barbosa Pedrosa
 “   “  “   ““ 

 “  “  “   "

16783971 José António Cardoso Parracho
 “   “  “   ““ Enfermeiro    16879371 Fernando Moreira Aguiar
 “   “  “   ““  Sapador Minas e Armadilhas 17203671 Armando da Silva Faria
 “   “  “   ““ 

 Op. Especiais

17882471 Artur Ferreira Alexandre

PRAÇAS, 1º CABOS

Posto

Especificações

Númeru Mecanográfico Nome
1º Cabo  Nº 01194872 Armando Lima Ferreira
  “   “  “   ““ 02177272  Duarte Manuel Gomes Lopes
  “   “  “   ““ Condutor Auto 02387172 Adriano de Melo Medeiros
  “   “  “   ““ 03157872 António Manuel Araújo Martins
  “   “  “   ““ 03268972 João Carlos Carvalho Lourenço
  “   “  “   ““  04578372 António Duarte Soares de Oliveira
  “   “  “   ““ 05014771 Casimiro Nunes Soares Mendes
  “   “  “   ““ Enfermeiro 05162871 António Manuel Salvador
  “   “  “   ““ 05198772 Braz Graciano da Costa Linhares
  “   “  “   ““ 05584172   Eduardo Manuel Medeiros Barros
  “   “  “   ““ 05943971 Manuel da Silva Ramos
  “   “  “   ““ 06967772 José Daniel Cota Ferreira
  “   “  “   ““ 07284272 Luís De Melo Oliveira
  “   “  “   ““ 07453272  José Daniel Pinheiro Banana
  “   “  “   ““ 07757172  José Fernando Correia Duarte
  “   “  “   ““ 08078372 Jorge Manuel Pereira da Silva
  “   “  “   ““ 08818172 Daniel Vargas Gomes
  “   “  “   ““ 09020971 António José Santos Almeida
  “   “  “   ““ 09271072 João Fernando Correia Soares
  “   “  “   ““ 09734272  José Leonardo Escobar
  “   “  “   ““ Enfermeiro 09944972 José Matos Maurício
  “   “  “   ““ 10307272 António José Dâmaso Pereira
  “   “  “   ““ 10619272 Ernesto Sousa Costa
  “   “  “   ““ Serv. Transmições, Cripto 10878971 Fernando Santos Lino
  “   “  “   ““ 11949872 Manuel da Costa Melo
  “   “  “   ““ Condutor Auto 12382272 José dos Santos de Medeiros Marques
  “   “  “   ““ 12717171 Manuel Soares de Melo
  “   “  “   ““ Enfermeiro 14336371 António Augusto Saraiva
  “   “  “   ““ 15235472  Manuel Francisco Medeiros Sousa Correia
  “   “  “   ““ Serv. Transmições, Cripto 15616471  Silvestre Albertino de F. Borges
  “   “  “   ““ 15767072 António Alves Rocha
  “   “  “   ““ 15900272  Fernando Ferreira dos Santos
  “   “  “   ““ 16054772  Manuel Drummond Bettencourt
  “   “  “   ““ 16671872 Adelino Aguiar
  “   “  “   ““ 16911972 Daniel Tavares Maciel
  “   “  “   ““ Serv. Maerial, Mec. Auto 17977871   Marcolino Dias Ventura
  “   “  “   ““ 18315171 António César Silva
  “   “  “   ““ Adm. Militar, Escriturário 18676071 Silvestre Luís Lourencinho

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PRAÇAS, SOLDADOS

Posto

Especificações

Númeru Mecanográfico Nome
 Soldado  Nº Infantaria 00059372

António Cabral dos Santos

  “   “  “   ““

 “  “  “   "

00106472

Manuel França Carvalho        

  “   “  “   ““  “  “  “   " 00183771

António Francisco Gonçalves

  “   “  “   ““  “  “  “   " 00310172

Pedro Jorge Sousa Rego

  “   “  “   ““

 “  “  “   "

00417472 

José Alberto Teles Arruda     

  “   “  “   ““  “  “  “   " 00449972 

Jorge Francisco Leite Botelho Franco

  “   “  “   ““  “  “  “   " 00462171

Joaquim José Alves Coutinho

  “   “  “   ““

 “  “  “   "

00575672 

 José Agostinho Teixeira Tavares

  “   “  “   ““  “  “  “   " 00699872

Carlos Alberto da Ponte Bicho

  “   “  “   ““  “  “  “   " 01005872 

Ângelo Frias Franco

  “   “  “   ““

 “  “  “   "

01101972

Fernando Rodrigues Almeida 

  “   “  “   ““  “  “  “   " 01105872

José Carlos Alves Carvalho da Eira

  “   “  “   ““  “  “  “   " 01115072

José de Melo André 

  “   “  “   ““

 “  “  “   "

01154572

João Carlos de Medeiros

  “   “  “   ““  “  “  “   " 01220472 

Laurénio de Viveiros Cabral

  “   “  “   ““  “  “  “   " 01331172   

José Duarte da Silva Reis

  “   “  “   ““

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01472772  

João Cabral

  “   “  “   ““  “  “  “   " 01570572

Henrique Guilherme de Sousa da Costa

  “   “  “   ““  “  “  “   " 01675072

Abel Lopes Raposo

  “   “  “   ““

 “  “  “   "

01720572

José Xavier Dias de Sousa    

  “   “  “   ““ “  “  “   " 01725072

José do Carmo Martins

  “   “  “   ““

“  “  “   "

01734771

Leonel de Sousa Rodrigues   

  “   “  “  ““

“  “  “   "

 01851372

Paulo Manuel Linhares Cidade 

  “   “  “  ““

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01924272 

Eduardo Inácio do Couto      

  “   “  “  ““    

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01954072

Abel Manuel Pavão Viveiros 

  “   “  “  ““    

“  “  “   "

02204972

Manuel Cordeiro Cabral        

  “   “  “  ““    

“  “  “   "

02386872 

Manuel Botelho de Sousa Melo

  “   “  “  ““

“  “  “   "

02394372

José da Costa Vieira Cardoso          

  “   “  “  ““

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02428172

Duarte Manuel Salvador Oliveira

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02449572

Luís Vidal Leite 

  “   “  “  ““

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02602772

António Manuel Furtado Silva

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02720571         

José Américo Parreira Carapeto

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02733072 

José António Cancela dos Santos

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02829172

Mário Jorge Guerreiro Teixeira

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02896472

Alfredo Ricardo Alves Lourenço

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02984872

José Maria da Costa

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03045472

José Pereira Pacheco

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 03089972

José Fernando Costa Claudino

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03138372 

Germano Cabral da Ponte

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03298872

José de Araújo Moreira

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03319172

José Humberto da Silva Gomes

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03329672

António José Bento de Frias

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03388372

Carlos Humberto da Costa Félix

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 03525672 

Eugénio Paulo Cabral Pontes

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04011772 

José da Silva

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04170072

João Freitas da Silva

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04173972

António Reboredo Matias de Medeiros

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04296572

Eduardo Manuel Simas          

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04303672

José Adelino Goulart da Rosa

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04389072

Rogério António de Sousa    

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04649372

 José Carvalho Soares

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04695671

Manuel de Jesus Silva           

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04934372

António Gabriel da Costa Cordeiro

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05004972

Guilherme Fernando Frias Raposo

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 05305972

José Rodrigues Almirante      

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05403173

Arlindo M. Garrido

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05458272 

Constantino Lourenço Machado Xavier

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05462372 

Manuel Sequeira Pamplona   

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05486772

António Manuel Martins dos Santos

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05538772 

António Fernandes Medeiros Dias

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05582972

António José Borba               

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 05772771

José António Dias Vilas Boas 

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05928872

Virginio Alfredo Braga           

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05946372

António Braga Moura            

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05989872

António Paulino da Silveira  

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06378872

Fernando Travassos de Melo

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06578672 

Agostinho dos Reis Resende

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06692772

José de Sousa Moniz            

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06841572

Alfredo António Leite dos Santos

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06981872

Afonso Tavares Moniz         

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07058571

Salvador Barreiros da Silva   

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 07065772

João José Rebelo do Couto   

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07180572

José Figueiredo Braga            

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07264271

Joaquim Abílio de Sousa Duarte

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07334772

 João Manuel Lopes Bela Rosa

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07376072

Manuel Machado da Silva    

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07397172

Porfírio da Graça Lourenço Marques

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07436672

Francisco Alberto Rocha Ferreira

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07608972

António Manuel Soares Arraial

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07638172

Aguinaldo Câmara Cunha      

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07809672

António Marinho Monteiro  

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07837572

Messias Miranda Arruda       

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07842272

David Borges Franco             

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08100972

Adalberto dos Santos Alves 

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08402372

João Luís Pereira Soares        

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 08679872

Alberto Eduardo Melo Cabral

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08867172

Gilberto Linhares Terras        

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08882372

Francisco Pavão da Rosa      

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09072972

Gilberto Oliveira Medeiros    

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09342772

Fernando Almeida Pedro       

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09360271

Jaime Ferreira de Medeiros   

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09759072

Vicente Maria Pereira Pacheco

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09873172 

Manuel Eduardo Ferreira Diniz

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09961272

António Armando da Costa Peixot

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09998472 

Manuel José de Simas Costa

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10225572

Guilherme Roque Cabral        

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10226872

António Manuel Fernandes Oliveira

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10565071

Joaquim dos Santos Gomes  

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10589271

Francisco Caetano  

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10598771

António José Pina Simões Pinto

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10939471

Alberto Manuel de Jesus Alves Novo

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12220972

Humberto Amaro Furtado     

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12346670

José António Fernandes Igrejas

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12546172

David de Melo Medeiros      

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12574871

Germano Soares Medeiros     

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13354172

David Correia de Abreu

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14549871

César Augusto Pereira           

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15374872

José Maria Medeiros Pereira 

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15995372

Duarte Manuel Correia Moniz

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17937172

 Manuel Maria Furtado Pacheco

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18882169

Norberto Rodrigues Pinto Varandas

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19020772

José Luís Carreira Teófilo      

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82046871

Feliciano Júlio Sani

       

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CRONOLOGIA

12 de Março de 1972 - Foram presentes no BII17, Batalhão Independente de Infantaria nº 17 – Angra do Heroísmo, os primeiros elementos que viriam a integrarem esta Companhia.

11 de Maio de 1972  - Após desfile desde a parada do BII17 até à Praça do Município, onde se realizou em frente à Câmara Municipal, a cerimónia de despedida e bênção do Estandarte, as forças em parada desfilaram em continência diante da tribuna de honra, presidida pelo Exmo. Comandante interino do BII17, Rev. mo Prelado Diocesano e a Presidência do Município.

25 de Maio de 1972 - Ficou pronta para partir dos Açores para Lisboa.

7 de Junho de 1972 - Embarcaram por via aérea com destino a Lisboa o Comandante da Companhia, levando sob o seu comando 19 militares.

8 de Junho de 1972 - Sob o comando do Sr. Aspirante a Oficial Miliciano José A. Ribeiro, deslocaram-se para Lisboa os restantes militares da companhia. Neste transporte foi utilizado em regime de fretamento, um Boeing 727 da TAP.

21 de Junho de 1972 - Com a CCAÇ4740 a bordo, descolou em Lisboa, cerca das 14:00 horas,  com destino ao aeroporto de Bissalanca na Guiné, o Boeing 707 dos TAM.

21 de Junho de 1972 - pelas 16:00 horas locais, aterrou no aeroporto de Bissalanca na Guiné o avião com a CCAÇ 4740 a bordo. Após o desembarque a companhia fez formatura na placa do aeroporto onde recebeu os cumprimentos de boas vindas apresentados por um oficial representante do comandante Militar, e troca de envelopes contendo as instruções imediatas.

A CCAÇ 4740 seguiu com destino ao CMI  na zona de Cumeré-Nhacra onde realizou o IAO, Instrução de Aperfeiçoamento Operacional e foi integrada no Batalhão de Caçadores 4510.

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21 de Junho de 1972 - pelas 16:00 horas locais, aterrou no aeroporto de Bissalanca na Guiné o avião com a CCAÇ 4740 a bordo. Após o desembarque a companhia fez formatura na placa do aeroporto onde recebeu os cumprimentos de boas vindas apresentados por um oficial representante do comandante Militar, e troca de envelopes contendo as instruções imediatas.

A CCAÇ 4740 seguiu com destino ao CMI  na zona de Cumeré-Nhacra onde realizou o IAO, Instrução de Aperfeiçoamento Operacional e foi integrada no Batalhão de Caçadores 4510.

 

22 de Julho de 1972 - Seguiu para Cufar a bordo de uma LDG onde, com sobreposição, realizou a rendição da CCAÇ 2797.

21 de Agosto de 1972 - A CCAÇ 4740 assumiu a responsabilidade do subsector.

A partir deste dia, sucederam-se cerca de 690 dias, destes a história está por contar, que sabe um dia isso acontaça, mas já vai sendo difícil, a memória já falha pelo menos nos pormenores.

Podemos agora dizer que destes dias, alguns foram os tradicionais dias festa de cariz relegioso ou não.

Passaram também, outros dias de cariz bélico, uns muito intensos outros nem por isso. Quem não presenciou, tem dificuldade, não consegue mesmo, fazer ideia do que vai num corpo, em situação de guerra ou guerrilha, é como quiserem, vai dar ao mesmo, são quantidades enormes de adrenalina.

AGOSTO 1972 - Alferes Mil. 10040268 -António Adolfo Moreira da Silva Zêzere substitui o Alferes Mil. 08135871 - João Lourenço Salvado de Almeida evacuado por ferimentos em combate, para o HMP.

Alferes Mil. 18029168 - Mário José Correia Salsinha substitui o Alferes Mil. 06169168  - José Albino da Silva Ribeiro evacuado por ferimentos em combate, para o HMP.

NOVEMBRO 1972 - Soldado Mec. Auto 18882169 - Norberto Rodrigues Pinto Varandas  substitui o soldado Mec. Auto 07058571 - Salvador Barreiros da Silva  evacuado por motivos de doença, para o HMP.

OUTUBRO 72 - Soldado 12574871 - Germano Soares Medeiros foi evacuado por motivo de doença, para o HMP em Outubro de 1972, onde veio a falecer.

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3 de Novenbro de 1972 - TRIBUTOS A UM HOMEM DE CORAGEM, narrativa de António Zêzere em 3.11.2013

No dia 3 de Novembro de 1972, há quarenta e um anos (uma vida, Senhor!), dirigia-se para frente de trabalhos da estrada Cufar-Catió o 2º Grupo de Combate e o Pelotão de Caçadores Nativos 51.
A cerca de quinhentos metros da mata de Camaíupa, em zona já desmatada mas ainda não limpa, percorrendo com todo cuidado o velho trilho designadamente “picando” todos os pedacinhos possíveis de chão, alguém da frente da minha secção, a primeira, grita: MINA!
O grito terá feito cerca de cinquenta estátuas, tantos seriam os homens da coluna. Ninguém se mexeu. Nem um passo em frente. Nem um passo ao lado. Todos imóveis. As recomendações constantes tinham tido efeito. Verdade, também, que não aconteceu qualquer explosão a potenciar o susto.
Ninguém tirou os pés do chão e apenas as “picas” continuaram o seu trabalho até onde os braços alcançavam. Não demorou muito tempo e fazem-se ouvir outros gritos de “MINA” ao longo de toda a coluna.
Não restavam dúvidas que tínhamos caído num campo de minas, o mais terrível e insidioso inimigo que conhecíamos, aquele que mais temíamos. Por todas as razões e também porque na primeira saída da Companhia para a mata, três Alferes pagaram com o seu sangue o tributo àquele maldito instrumento de guerra. Deus poupou a vida a esses camaradas mas o destino foi bem cruel no tributo cobrado àqueles três rapazinhos com pouco mais de vinte anos vestidos de alferes! Marcou-os, no corpo e na alma, para a vida que eles souberam, porventura cada um a seu modo, transformar numa aula contínua de coragem e dignidade!
Ao certificar a dimensão do perigo, com o levantamento das primeiras minas e a deteção de outras mais, pedimos a Cufar reforços a nível de especialistas de minas e armadilhas que nos pudessem ajudar a sair daquela situação de angústia extrema em que se passou um fenómeno curioso. As pernas, atarraxadas ao chão, bloqueadas pelo medo, faziam uma força titânica para sustentar o corpo sem fazer peso sobre o capim rasteiro! Não fosse a malvada explodir! No dia seguinte as pernas doíam como se tivéssemos feito duas maratonas!
Depressa os reforços pedidos chegaram como sempre acontecia quando era preciso ajudar. Um Furriel de minas e armadilhas, equipado a rigor com pica e a faca de mato, apresentou-se ao serviço reforçando os meios próprios do 2º Grupo e do Pelotão de Caçadores Nativos 51 cuja acção foi notável!
Quando hoje vemos a mais que justificada panóplia de equipamento com que trabalham os Heróis da desminagem mais cresce o respeito pelos nossos que, para além do referido “equipamento”, só tinham uma coragem sem limites!
Algum tempo depois estavam desarmadas 27 minas PMD-6 e alinhadas em cima da viatura para recolher a quartéis! Era a Berliet do Abel a quem, por ironia do destino, sempre cumpria as missões complicadas.
Os cerca de cinquenta soldados foram cumprir a sua missão, graças a Deus e aos nossos Camaradas das minas e respetivos ajudantes, todos inteiros.
O “sapador” de reforço, regressou com as minas ao quartel como se ajudar a levantar, neutralizar e transportar 27 engenhos antipessoal numa manhã de Novembro fosse tarefa de rotina.
O nosso capitão, tão novo e tão miliciano quanto nós, informou por mensagem o Comando Chefe e o Comando do Batalhão que “ em duas faixas com 10 mts de largura por 50 mts de comprimento tinham sido detectadas e levantadas já 27 minas tipo PMD-6”.
Foi prudente com o “já”. Dias depois apareceram no mesmo local mais três PMD-6 e uma MACAR TMD (anti carro)!
Quarenta e um anos passados, no meio de tempos de crise que também fustiga corpos e almas, ao recordar este episódio apetece agradecer a Deus a proteção que nos deu.
Apetece agradecer ao Alferes, comandante do Pelotão de Caçadores Nativos 51 em fim de comissão e aos Alferes dos 2º e 3º Grupos, ambos da CCAÇ4740 em início de comissão, o exemplo de coragem e dignidade que os acompanha na vida.
Apetece dizer aos três Furriéis da CCAÇ4740 com a especialidade de minas e armadilhas, que bendizemos a sua coragem/loucura. Porventura sem eles, nas faldas de Camaíupa, atarraxados ao chão, estavam hoje 50 estátuas que ninguém sabia explicar. E em muitos outros locais onde arriscaram a vida para proteger camaradas de ficarem “estatificados”.
E, assim sendo, ficam as estátuas para quem as merece: os três Alferes feridos por mina e os três Furriéis de minas e armadilhas da CCAÇ4740!
Assim seja! Porque a pequena história da CCAÇ 4740 merece permanecer, pelo menos enquanto existir um último suspiro, no último soldado da Companhia!
Parede, 3 de Novembro de 2013.

António Zêzere, Alf. 2º Grupo Combate

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23 de Dezembro de 1972 - HÁ DATAS QUE NUNCA SE ESQUECEM narrativa de António Zêzere em 22.12.2011

Faz amanhã, dia 23 de Dezembro, pelas 19H30, 39 anos que o 2º Grupo de Combate a sair do Quartel para montar uma emboscada sentiu cair a pouco mais de 40 metros 9 mísseis que encheram a pista de aviação de estilhaços e nos colocou a todos muito próximo do fim.

Deus entendeu estender a sua Mão protetora sobre as nossas cabeças e hoje, recordando essas horas de aflição, elevamos ao Menino Jesus uma oração singela de agradecimento.

Falei, entre hoje e ontem, com os elementos do 2º Grupo de Combate residentes nos Açores – Rosa, Simas, Pamplona, Linhares, Correia, Félix, Braga, Zé da Silva e o Braga Moura.

Por entre a névoa do tempo esta memória continua viva. Mas, sobretudo, continua viva a estima, a amizade, a ternura e, não tenhamos medo das palavras, o Amor que une este grupo de velhotes que já tiveram vinte anos! E a que se juntam, sem nenhuma dúvida, os outros que os ventos da vida espalharam pelo mundo – Aguiar, Martins, Frias, Xavier, Moniz, Rogério, Resende, Novo, Soares, Moreira, Raposo, Freitas, Melo, Eira , Alexandre, Costa. E ainda aqueles que Deus já chamou para junto de si – Borba, Cordeiro, Maurício, Maciel.

 Parede, 22 de Dezembro de 2011.

 António Zêzere

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23 de Dezembro de 1972 - CEIA DE DIGESTÃO DIFÍCIL, narrativa de António Zêzere em 3.11.2013

Ao cair da noite de 23 de Dezembro de 1972 o 2º Grupo de Combate, reforçado com o Pelotão da Caçadores Nativos 51 comandado pelo furriel Cunha, saiu do Quartel com a missão de ir montar uma emboscada no Porto de Impungueda procurando impedir a minagem do local através do qual éramos abastecidos pela Marinha.

Seriam sete horas da noite já cerrada quando a coluna tomou o lado esquerdo da pista e avançou ao longo do asfalto até encontrar um caminho que lhe permitiria atravessar uma bolanha encurtando a distância e, sobretudo, variando itinerários.

A ordem da coluna era a de sempre: na frente a 1ª secção sob comando do alferes com a bazuca 8.9 como arma colectiva; a 2ªsecção com a metralhadora HK 21, comandada pelo furriel Alexandre; a 3ª secção do morteiro 60 da responsabilidade do furriel Costa.

A primeira equipa da 1ª secção era a minha terminando na “sombra protectora”, o Freitas. Atrás dele o Pamplona com a bazuca, à frente da segunda equipa, do cabo Linhares.

Pouco depois do Grupo ter iniciado a marcha, já com as distâncias entre homens definidas, a cerca de 400 metros do quartel, ouvimos as sentinelas dispararem duas rajadas curtas e seguidas. Soubemos logo, era aquele o sinal convencionado, que tinham sido detectadas saídas de armas pesadas atacando Cufar. Mas não fazíamos ideia do que aí vinha…     

 Não foi preciso mandar deitar. Em segundos todo o Grupo estava colado ao chão naquele deserto inóspito e liso que era a borda da pista. O sulco mais fundo seria um carreiro de formigas ou a valeta por onde tinha escorrido a água na última chuvada há três meses atrás. Não existia um abrigo!

Ouvimos um silvo medonho, que não conhecíamos e logo a seguir um estrondo abalou tudo fazendo voar sobre a pista uma nuvem de pequenos estilhaços incandescentes.

O impacto tinha sido sobre o lado oposto da pista relativamente aquele onde estávamos.

Com a cara colada ao chão, a boca a saber a terra, foi possível espreitar pelo canto do olho e ver do lado da mata da Camaiupa um rasto de fogo no céu escuro. Depois deixou de se ver o rasto e começou a ouvir-se o silvo cada vez mais forte até acontecer segunda explosão tão brutal como a primeira, quase no mesmo local e nova chuva de estilhaços a varrer a pista.

Era o nosso baptismo dos mísseis 122. Daí o rasto de fogo quando o víamos a ganhar altura depois do disparo. Depois o silvo quando o míssil escondia o rasto com a descida para os alvos.

Foram mais quatro, cinco, seis…sabemos lá! No dia seguinte detectamos nove impactos no lado direito da pista. Nós estávamos no lado esquerdo, separados pelo asfalto. Há quem diga que foi sorte, outros Nossa Senhora.

Quando o fogo terminou e começaram a ser sussurradas as primeiras palavras o Freitas perguntou-me: o meu alferes tá bem? Tou , e você? Veja para trás que eu vejo para a frente.

Ainda não tinha contactado o Simas, o Cordeiro ou o Aguiar quando o Freitas gritou: Meu alferes o Pamplona está morto!

Absolutamente petrificado morri naquele instante um bocadinho. O Pamplona morto? O Pamplona de cara redonda e graça fácil a engrossar a voz para parecer mais velho, morto?

Quando voei para trás juntamo-nos em redor do Pamplona inanimado, três ou quatro metros para a esquerda da bazuca posta no chão no alinhamento da marcha do Grupo.

-Ele não tem sangue meu alferes, dizia o Freitas, angustiado.

Berrei pelo nosso enfermeiro Maurício e desferi na face esquerda do Pamplona a mais monumental estalada que alguma vez dei. Não vi sangue, não vi pulso, não vi respiração, não vi coisa nenhuma! Só o grito pelo enfermeiro que deve ter sido escutado no quartel e um chapadão com toda alma para devolver a vida ao meu Pamplona.

O Maurício demorou segundos e pôs o Pamplona de lado. O Pamplona gemeu, momentos depois um Unimog chegava e o Pamplona era levado para a enfermaria onde aportamos todos ao mesmo tempo para que a confusão fosse completa. Tudo posto na rua e feito silêncio foi possível o atendimento do Pamplona. 

Alguns minutos depois sai o pessoal médico, o Maurício e o Pamplona pelo seu pé.

E veio a explicação, afinal, simples.

O Pamplona, como sempre no mato, levava a bazuca armada. Quando se deitou para o chão procurou arrumar a arma não fosse disparar-se ao ser lançada com violência. Entretanto o primeiro míssil explodiu a cerca de 40/50 metros e o sopro atira com o Pamplona de pantanas por quase quatro metros, fazendo-o desmaiar.

Á frente do Pamplona na coluna ia o Freitas, à frente do Freitas ia eu. Oh Pamplona ainda bem que a bazuca não disparou ao cair no chão…

Foi preciso reorganizar a acção e avançar para Impungueda. Quase na porta d’armas olho para trás e vejo no seu lugar o Pamplona com a bazuca. Mandei o municiador tomar conta da arma e mandei o Pamplona para a cama. Pela primeira vez não disse nada, nem sequer esboçou protesto. É que elas também doem aos valentes…

Na manhã seguinte, bem cedo, antes de ir ver as crateras dos mísseis fui ver o Pamplona.

- Então como está camarada?

- Bem meu alferes mas veja lá que tenho o lado direito do corpo como uma nódoa negra pegada desde o pé até à cabeça. Mas o que me dói mesmo é a cara do lado esquerdo, dizia flexionando o maxilar, sem entender os mistérios ocultos do corpo humano.

As testemunhas presenciais, o Maurício, o Freitas, o Aguiar, o Simas, o Cordeiro   e mais um ou outro nunca falaram ou, com a angústia, nem viram. Naturalmente o autor não confessou.

Trinta e quatro anos passados com o Pamplona reformado da PSP, cuidando de galinhas na Praia da Vitória e o alferes reformado dos Serviços Prisionais cheio de pena por não ter galinhas é que a história foi esclarecida.

- Oh Pamplona lembra-se da noite dos mísseis e da dor na cara no dia seguinte? Olhe fui eu quem lhe enfiou um tabefe para você não morrer…

- Veja lá se quer que eu, agora, lhe agradeça ter-me salvo dum desmaio daquela maneira bonita…

- Não precisa de agradecer. Eu só retribui você não ter atirado a bazuca ao chão e, provavelmente, ter-me salvo mesmo a vida..        

Esta odisseia está descrita em verso pelo soldado Simas que encontrou na métrica a forma de expressar o que sentiu e pode ser lida no nosso sítio da internet.

Parede, Outubro de 2008.

Nota: Para avaliar a “qualidade” da refeição refira-se que o míssil 122 dispunha de 6.5 Kg de explosivos, produzia 15.000 estilhaços e provocava uma zona de morte de 160 m2.

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JANEIRO 73 - Alferes Mil. 01876771 - Luís Fernando Mourato de Oliveira substitui Alferes Mil. 18029168 - Mário José Correia Salsinha nomeado para as unidades Africanas CCAC 13.

FEVEREIRO 73 - Alferes Mil. 16951673 - António Octávio da Silva Neto substitui Alferes Mil. 10040268 - António Adolfo Moreira da Silva Zêzere colocado no CCFAG/QG/ACAP.

JUNHO 73 - Soldado 13354172 - David Correia de Abreu substitui soldado 18882170 - Norberto Rodrigues Pinto Varandas que terminou a sua comissão de serviço.

11 de Julho de 1973 - HISTÓRIAS MAL CONTADAS QUE FAZEM HISTÓRIA, narrativa de Luiz Mourato de Oliveira em 24.10.2016

Na passada semana tive a surpresa do camarada “Cufariano” da CCAÇ4740, Mário Oliveira ex-furriel MEC.AUTO daquela companhia e um dos administradores do site daquela unidade que ele próprio criou conjuntamente com o ex-alferes Zêzere e com o ex-furriel Faria, me contactar através do Facebook. Dizia-me ele que semanalmente e com rigor, todos os sábados se desloca à Ameixoeira, onde actualmente resido, para visitar a sogra e almoçarem em convívio familiar com esta bem como com os seus cunhados e que seria agradável encontrarmo-nos para um café e uma boa cavaqueira. Respondi imediatamente que teria todo o gosto neste encontro após quarenta e três anos em que apenas tivemos oportunidade de trocar recordações e notícias através do site por ele criado.  Combinámos o encontro e à hora combinada lá estávamos nós sentados no café do Sr. Manuel nas galerias de Santa Clara. Para minha surpresa reconhecemo-nos imediatamente não graças à boa memória dos nossos rostos dos vinte anos nem porque não mudámos nada desde essa data, mas sim pelas fotografias e postes que vamos trocando no Facebook. As tecnologias têm algumas vantagens!

Foi uma manhã de convívio muito agradável, sobretudo porque rebuscámos as boas lembranças daquele tempo. Celebrámos o facto de termos tido uma vida sã e com alegrias durante a nossa vida na tropa bem como no tempo que se seguiu e não abordámos nem agruras nem tragédias antigas para que o encontro celebrasse apenas as coisas boas da vida.

Uma das boas lembranças que trocámos foi um dos milagres de Cufar, de certeza que aconteceram muitos mais, que ocorreu em Julho de 1973 e que é relatado no livro “Diário da Guiné“ da autoria do nosso camarada António Graça Abreu que connosco conviveu esse período que a todos marcou e de quem tenho estima e consideração apesar de aqui vir corrigir a estória que segundo ele ocorreu no dia 11 daquele mês. Estou certo de que o que Graça Abreu escreveu e a que só não correspondem os actores do acontecido naquele dia, não se deve a uma voluntária alteração dos factos, mas sim à narrativa que lhe foi dada dos acontecimentos e que aceitou como boa e posteriormente a transcreveu ficando assim para a construção da História.

Nesse dia um popular de Matofarroba dirigiu-se ao aquartelamento e denunciou que uma mina anticarro (imagem 1) tinha sido colocada à entrada do aldeamento, na altura uma aldeia restrutura-da através da acção de reordenamentos lavada a cabo na Guiné.

Um grupo dirigiu-se ao local, localizou e levantou a mina. Tratava-se de uma mina anticarro russa, uma arma de uma simplicidade letal que se resumia a um caixote de madeira com cerca de sete quilos de trotil e uma espoleta que cedia com a pressão da uma viatura provocando assim os estragos que todos nós conhecemos. O caixote foi assim simplesmente levantado, transportado para a unidade e “arrumado” na secretaria da companhia sobre a secretária do já falecido Primeiro-sargento Xavier…e lá ficou.

 Alferes do terceiro pelotão, Luis Oliveira (eu próprio) entrou por acaso na secretaria, talvez para ver a mina “apreendida” porque não era local que frequentasse com regularidade, e movido por uma curiosidade perigosa sobre a arma do inimigo e para verificar se esta tinha sido desarmada antes de estar assim exposta, rodou a tampa de baquelite que ocultava e dava acesso à espoleta MUV que deveria fazer a mina explodir.

Para grande surpresa minha e ainda maior susto, verifiquei que após a tampa de baquelite estar completamente desenroscada, alguma coisa a prendia e a impedia de se soltar do caixote mortal. Com o máximo cuidado detectei que a na base da rosca da tampa tinha sido feito um pequeno orifício e que neste este preso um cordel que impedia a tampa de se soltar. Também rapidamente concluí que o mesmo cordel estava lasso e que o se havia perigo, o pior já tinha passado. Informei imediatamente os presentes na secretaria para que saíssem porque a mina estava armadilhada, cortei o cordel que accionava a armadilha, retirei a espoleta MUV que armava originalmente o engenho e com ajuda de alguém foi retirada a tampa de madeira do “caixote” ainda mina.

Havia uma segunda espoleta MUV (imagem 2)  soldada no trotil e armada no dispositivo de tracção onde estava atada a outra ponta do cordel. Na tampa da mina estavam pregados grosseiramente alguns pregos que deveriam servir de guia ao cordel para que ao desenroscar a tampa de baquelite, a tração do mesmo fosse orientada para que a espoleta fosse accionada e o engenho explodisse. Felizmente isso não aconteceu e se assim fosse, como calculam, não poderia hoje estar a contar esta estória.

Posto isto, e para que as estórias contribuam para a História com o máximo de rigor, mais que a corrigir a narrativa do Graça Abreu em que só os autores não correspondem aos acontecimentos ocorridos, ficam-me na memória a série de condutas incorrectas na acção de levantamento da mina que são reveladores da impreparação dos nossos militares e da falta de liderança para algumas acções que pela sua delicadeza e perigosidade exigiam profissionalismo e regras de procedimento rigorosas e aplicadas exclusivamente por especialistas.

Concluindo, após de identificada localização da uma mina esta deveria ter sido detonada no local por especialista de minas e armadilhas evitando assim o risco desta estar armadilhada e infringir baixas desnecessárias quer às NT’s quer à população civil e evitaria também os erros subsequentes que se sucederam.

A mina deveria ter sido desarmada por um especialista que melhor do que eu teria gerido o desarme da armadilha lá colocada.

O mais caricato desta estória foi a mina ter sido depositada na secretaria sobre a secretária do primeiro Xavier que certamente não carecia daquele equipamento para as suas tarefas administrativas.

Por último, o meu próprio erro de manusear uma arma que não me dizia respeito, visto ser atirador de infantaria e não especialista de minas e armadilhas e ainda ter ignorado negligentemente que o desarme de uma mina não deveria ser efectuado numa secretaria e onde estavam mais militares que seriam vitimas da minha incúria caso a armadilha tivesse funcionado.

Por último as informações militares deveriam ter aprisionado, interrogado e posteriormente controlado quem prestou a informação sobre a localização da mina dado o objectivo primeiro da denúncia era para que a mina fosse accionada através da armadilha pois o efeito psicológico dessa acção teria muito maior impacto devido não ser usual pelo IN.

Felizmente estão cá todos para contar e constatar que às vezes é possível aprender com o erro, noutras nem por isso!

Lisboa, 2016.10.24

Luís Mourato de Oliveira

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AGOSTO 73  - Furriel Mil.  01675072 - António José Nunes Farinha substitui Furriel Mil.  15894671 - José Alberto Ribeiro colocado na CCAC 13.

OUTUBRO 73 - Alferes Mil. 10099972 - Alberto Matos Silva substitui Alferes Mil. 06350465 - João Eduardo Alemão Mafra transferido para o QG/CCFAG.

NOVEMBRO 73 - Soldado 05403173 - Arlindo M. Garrido substitui soldado 01115072 - José de Melo André evacuado por doença para o HMP.

DEZEMBRO 73 - Soldado 07397172 - Porfírio da Graça Lourenço Marques substitui o Soldado 06578672 - Agostinho dos Reis Resende transferido para a 3ª CART/BARTª 6521.

1 de Janeiro de 1974 - MEMÓRIAS DO DIA 1 DE JANEIRO DE 1974, narrativa de António da Graça Abreu em

Cufar, 1 de Janeiro de 1974, Chegou o ano da “peluda”!
Entrei pelo réveillon dentro ao som de milhares de tiros e rajadas de G 3.
O meu coronel ( o paraquedista João José Curado Leitão, do CAOP 1) havia dado ordens ao capitão da companhia  (C. Caç. 4740) dos açorianos e a toda a tropa de Cufar para que, ao chegar da meia-noite, ninguém disparasse um único tiro. Falou em dez dias de prisão para o energúmeno que tivesse a ousadia de pegar na espingarda e fizesse fogo.

À meia-noite menos dez começou o fogachal. Os açorianos saíram das suas tabancas às dezenas, armados, com as G 3 apontadas para o céu e vá de despejar carregadores após carregadores. Ao soar das doze badaladas – que ninguém ouviu até porque não soaram badaladas nenhumas, tínhamos apenas o matraquear constante das armas ligeiras que quase levantavam Cufar do chão. Uma festa! Por todo o lado, havia tiros à solta. Os rapazes, bêbados, tontos de desvairo, não disparavam apenas para o ar. 1974 também é para eles o ano da “peluda” e quase se podiam ver balas cruzadas a rasar as nossas cabeças. Felizmente ninguém foi atingido. O meu coronel manteve-se quietinho no seu quarto, ninguém deu por ele.

Se as bebedeiras são o pão nosso de cada dia, neste fim do ano foi demais. Eu também ando a beber mais do que devo, é fácil uma pessoa enfrascar-se e vou explicar como é, basta contabilizar a rotina do dia. Ao almoço, ao meio-dia, o pobre repasto é acompanhado com vinho, às quatro da tarde, por causa do calor, bebe-se uma cerveja, às sete, ao jantar, marcha mais meio litro de vinho, depois enfia-se um café e uma aguardente, às nove ou dez, há petisco, por exemplo umas chouriças assadas, bebem-se mais umas cervejas e no fim, para atestar, sorvem-se lentamente uns copos de whisky.

Chegou 1974. É a sequência irreversível dos dias. Em breve partirei, estes açorianos regressarão igualmente a casa, outros rapazes oriundos dos quatro cantos de Portugal virão para a Guiné. Até quando?

António Graça de Abreu

alf. mil CAOP 1

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6 de Janeiro de 1974 - MEMÓRIAS DE UM TEMPO QUE TEIMA EM NÃO ME ABANDONAR, narrativa de Armando Faria em 5.8.2010

Hoje, 05 Agosto 2010, ao ler um artigo publicado no JN (Jornal de Noticias) sobre a questão da qualidade da água na Guiné que começa assim: “A Guiné-Bissau morre pela boca”, veio-me à memória o dia 06 de Janeiro de 1974 quando ao atravessar a mata do Cantanhes, algures entre Cadique e Jemberem, já depois de uma longa caminhada atravessando bolanhas que começou com o nascer do dia, íamos nós, digo nós pois tratava-se daquela operação a que fomos chamados e onde viemos a sofrer uma emboscada no dia 07 Janeiro junto ao pontão da estrada Cadique Jemberem.
Mas, como ia dizendo, veio-me à memoria a tarde daquele dia em que sequiosos e já de cantis vazios num quase torpor pela fadiga e a sede, no meio do nada em lugar que não sei identificar (hoje visto do Satélite parece-me ser na zona de Cadique Nalu) eis que surge o rosto de uma mulher segurando nas mãos uma cabaça cheia de água fresca que havia recolhido e nos era oferecida.
Abençoada seja, dei graças a Deus pela gentil oferta vinda de alguém que se encontrava a viver numa zona IN, que seria de toda a segurança que tivéssemos recusado, mas a nossa sede já não nos permitia qualquer acto de sensatez e depois os olhos daquela mulher não nos ofereciam razão para temer.
Muitas vezes tenho falado deste encontro com a sede e da forma como a mesma foi ultrapassada e quem me tem ouvido sabe como é meu costume descrever, não foi em vão que tudo passou nem é o acaso que dele me faz falar.
Digo como sempre, nunca bebi água melhor e mais fresca do que aquela que ali nos foi oferecida naquele meio do nada onde hoje gostaria de poder voltar para apreciar a beleza das suas matas e a imensidão das suas bolanhas de arroz onde os pássaros esvoaçam aos milhares, nem o cheiro que da vasilha emanava me abandona a memória, havia aquele cheiro forte que nos indicava o uso do vasilhame, mas a sede, essa coisa que faz perder o Norte e abandonar a alma ao Criador não nos permitia outros luxos, a escolha estava ali traçada, aqueles que nos haviam mandado para lugares tão inóspitos e perigos à espreita, esses estavam algures em salas onde o ar condicionado não parava e onde a água era, ou a tónica com gin, ou a loura e fresca algures da fonte de Leça do Balio ou outra do género.
E hoje, para mal dos meus muitos pecados, recordo esse dia e mais uma vez peço ao Criador a Bênção para essa mulher que correndo os riscos de vir a ser castigada, não esqueçamos que estávamos em zona IN, não olhou ao risco e ofereceu o que melhor alguém pode dar, a vida, pois que é a água senão a fonte da vida?
Obrigado “mulher” que não sabendo o teu nome permitiste que hoje te pudesse recordar e por ti fazer uma Oração ao meu Deus por tão nobre gesto.
Como seria bem melhor o Mundo se todos fossemos como tu generosa e gentil mulher, não sabes nem podias imaginar que com o teu gesto salvaste do suplício da sede mais de uma centena de homens que puderam por isso voltar ao “seu” Mundo.

Pedroso, Agosto de 2010

Armando Faria, Ex. Fur. Mil. CCAÇ4740

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FEVEREIRO 74 - Soldado 09759092 - Vicente Maria Pereira Pacheco transferido do 3º BCAÇ 4610 em substituição do Soldado 19020772 - José Luís Carreira Teófilo.

11 de Julho de 1974 é o ultimo dia dos 690 passados, está prestes a chegar ao fim esta impo-missão (missão imposta). Voltamos a ter os níveis de adrenalina em cima, mas agora por uma boa razão, o início da modança da história.

12 de Julho 1974 - A CCAÇ 4152 transportada em LDM arribou ao porto de Impundega para substituir a CCAÇ 4740.

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12 de Julho 1974 - Após a chegada da companhia substituta, e porque a rendição se iria desenrolar sem sobreposição, a espera foi muita e dolorosa, mas a ordem de partida lá chegou e a companhia deu início ao seu regresso com uma primeira paragem no Cumeré.

3 de Agosto de 1974 - A CCAÇ 4740 rumou a caminho do aeroporto de Bissalanca, era chegada a hora da formatura para o desfile da despedida, foi o ultimo ato coletivo desta companhia, para os 36 anos que se iriam seguir.

Após alguma espera mais, a derradeira viagem do regressou da sua comissão de serviço, fez-se a bordo de um avião Boing dos Transportes Aérios Militares com escala no aeroporto das Lajes em Angra do Heroísmo, aqui, desembarcaram os militares pertencentes às ilhas dos Açores.

O voo teve continuação com destino a Lisboa ao aeroporto de Figo Maduro. Após as formalidades militares para o desembasrque, as tropas foram transportadas para o RALIZ onde foram desmobilizadas para de seguida realizarem o regresso a casa.

Aqui terminam 874 dias de vida militar, os melhores dias que um homem tem, de pujança jovem, ficaram em terras que não nais veremos, mas nunca esqueceremos.

Outubro de 2007 - 36 anos depois, com a dedicação inicial do Armando Faria ex Furriel Miliciano, António Zêzere ex Alferes Miliciano e posteriormente do Mário Oliveira ex Furriel Miliciano, procede-se ao levantamento das localizações e contactos de todos os elementos da CCAÇ4740 para novas formaturas.

1 de Dezembro de 2007 - Fátima, local de peregrinação em fé e de preces para que a comissão de serviço na Guiné, decorre-se com uma proteção especial pela Senhora, cuja imagem nos acompanhou e certamente nos protege-o. Por isto tudo e por ser central, relativamente ao território continental, Fátima foi o local eleito para os nossos encontros, assim, os atos coletivos que se seguiram 36 anos após o regresso foram os seguintes:

1 de Dezembro de 2007 -1º Encontro Continental

21 de Junho de 2008 - 2º Encontro Continental,

10 a 14 de Junho de 2009 - 1º Encontro Açoriano, nas Ilhas Faial, Pico, Angra do Heroísmo e  S. Miguel.

19 de Junho de 2010 - 3º Encontro Continental,

3 a 9 de Julho de 2010 - 2º Encontro Açoriano, nas Ilhas Faial, Pico, Angra do Heroísmo e  S. Miguel.

18 de Junho de 2011 - 4º Encontro Continental,

16 de Junho de 2012 - 5º Encontro Continental,

15 de Junho de 2013 - 6º Encontro Continental,

21 de Junho de 2014 - 7º Encontro Continental,

20 de Junho de 2015 - 9º Encontro Continental,

18 de Junho de 2016 - 10º Encontro Continental,

17 de Junho de 2016 - 11º Encontro Continental,

 

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